30 de jan. de 2007

8. O Poder e a Religião

Tu sabes: as religiões consideram-se mediadoras entre o seu deus e os humanos. Em sua concepção, esse deus é todo-poderoso, todo-ciente e todo-presente. Portanto, o fato de uma religião se creditar como mediadora de um deus tão poderoso confere a ela um poder significativo, que não deves desprezar. Outro ponto importante: tendo por princípio a perdição humana, as religiões se oferecem como portadoras da salvação.

Posso te assegurar, e tu sabes, que a maioria das pessoas crê firmemente no que pregam as religiões e, em grande parte dos casos, segue as orientações morais e políticas de seus prelados. Por isso, ouve meu conselho: jamais desprezes as religiões, mas trata-as com equanimidade, posto que, entre si, elas padecem de grandes disputas. Mas eis o principal: não deixes que nenhum prelado seja teu conselheiro e nem que um sentimento religioso oriente tuas ações no exercício do poder. Lembra que o poder se orienta por si e não deve haver um outro poder do tipo sagrado colocado entre ti e tua vontade de mando.

A ti pessoalmente recomendo não prestares culto a deus algum. O melhor a um poderoso é não ter fé a não ser em si mesmo. No entanto, se tens o hábito de uma religião, tradição familiar ou herança infantil, e não a queres desprezar, meu conselho é que a cultives discretamente, jamais permitindo a mistura de sua moral e sua doutrina com os assuntos do poder que exerces.

2 comentários:

Anônimo disse...

A benção, meu bom. Vais aos meus favoritos. Saravá!

Anônimo disse...

Barbaridade, Sao Benedito, falou e disse. Adorei a frase "... hábito de uma religião, tradição familiar ou herança infantil, e não a queres desprezar, meu conselho é que a cultives discretamente, jamais permitindo a mistura de sua moral e sua doutrina com os assuntos do poder que exerces."