2 de fev. de 2007

9. O Poderoso e seus Conselheiros

Não terás conselheiros trabalhando contigo permanentemente. Por dois simples motivos: o primeiro é que o fato de estarem sempre a teu lado, opinando nas decisões, faz com que seu olhar vá perdendo a criticidade necessária ao bom conselheiro, e já não poderão te falar algo diferente do que já sabes; o segundo é que a vaidade e a cobiça poderão lhes subir à cabeça e usarão a proximidade contigo para se fazerem projetar ou para vender informações a outrem. Então mantém-nos a uma distância segura e só os consulta de vez em quando.

Mas lembra: não deves procurá-los apenas nos momentos de dúvida, quando precisas ouvir palavras de quem está em outro ponto-de-vista, mas também para colher impressões sobre decisões que já tomaste. Se divergirem, não te preocupes, mas guarda esta informação para quando estiveres para tomar decisão semelhante. Doutra vez, é interessante que cries armadilhas aos teus conselheiros. Finge que estás em dúvida sobre algo e pede a opinião de um. Depois, procura outro e põe-te como decidido a executar o que o primeiro disse, mas sem que este saiba. Se houver divergência entre as duas opiniões, escolheste bem teus conselheiros.

Deves guardar deles todas as opiniões dadas, de modo a compores um perfil de cada um. Nunca os reúna num mesmo lugar, pois não devem saber entre si que atuam como teus conselheiros. Se notares qualquer sinal de que tenha sido quebrado este sigilo e dois ou mais deles se descobriram como teus conselheiros, corta relações com todos e busca novos interlocutores.

Ah, sim: nunca deves pagá-los. Nem com dinheiro e muito menos com favores do poder.

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