6 de jan. de 2007

1. A Origem do Poder

O poder se origina da vontade de mando. A vontade de mando surge quando há ou a preguiça de realizar com as próprias mãos ou a impossibilidade de executar sozinho as tarefas necessárias à satisfação de uma outra vontade. Esta outra vontade é que confere finalidade à ação, fazendo com que haja mobilização para realizá-la. Assim emerge a necessidade de se ordenar que outros façam aquilo que é preciso para que a finalidade aconteça. Isto é a vontade de mando. Então a origem do poder está na necessidade de dar finalidade à ação e de ordenar aos outros que cumpram os passos necessários à sua consecução. A origem do poder está no fato de que toda ação precisa de uma finalidade. Aquele que confere esta finalidade e consegue mobilizar a própria vontade e as vontades dos outros para sua realização tem o poder.

Durante séculos, enquanto exercia o poder, eu pensava, equivocadamente, que ele era originário de minha força moral e da autoridade, mas, depois de algumas crises, aprendi que só não o perdi porque mantive a capacidade de conferir finalidade às ações e de mobilizar as pessoas para realizá-la antes mesmo de começar tal realização. A força moral e a autoridade são imprescindíveis durante a realização das tarefas necessárias à consecução da finalidade, para manter todos focados no mesmo alvo, mas não são úteis para a criação deste alvo. Aí o que conta é a vontade de mando. Daí é que deriva a liderança, mantida pela força moral e pela autoridade.
Se tu queres o poder ou pensas que o exerces de alguma maneira, confere primeiro se tens em teu interior a vontade de mando.

3 comentários:

Anônimo disse...

SS. BXVI,

Digamos que eu seja (uma hipótese apenas remota) um grande e poderoso mandatário de um paíseco ao Sul da linha do Equador, eleito e re-eleito, graças à fome e à miséria que uns bobos deixaram tudo isso para eu aproveitar. E que eu tenha uma preguiça enorme e arranje uns aloprados para realizar aquelas tarefas que SS. tão bem descreve no seu Manual. Suponhamos, ainda, que, em sendo esse poderoso e sábio mandatário, como nunca antes houvera no tal paíseco, desde a sua descoberta, eu quisesse garantir o poder por... sei lá!... uns vinte anos, vai! Mas a Constituição não permitisse uma segunda re-eleição (ou um terceiro mandato, o que dá no mesmo)... Logicamente, eu iria precisar de renovar os aloprados, pois eles, por não serem tão brilhantes como o grande, sábio e justo mandatário, logo sofreriam desgaste. Não contei, também, que esse grande, sábio, justo e magnânimo mandatário teria, por trás de si, um grupo supra-aloprados para apoio logístico que cuidaria dos eventuais percalços no caminho, tais como CPI's, decisões do STF, a m... (perdão SS.) da Constituição, etc. A pergunta que não cala é: Como garantir esse poder e ainda deixar a onça beber água a cada quatro anos? O seu Manual vai responder essa pergunta? Qual será o capítulo? O grande, sábio, justo, magnânimo e devotado mandatário teria alguma chance de perpetuar sua grandeza, sua sapiência, sua justeza, sua magnanimidade e sua devoção para com o povo necessitado?

Aguardo suas santas palavras...

Anônimo disse...

SS. BXVI,

Eu me esqueci de perguntar: o seu Blackwhite tem algo a ver com a região de São João Andador (também conhecido como São João Caminhante), ou é por causa da sua origem afro-descendente?

Anônimo disse...

A vontade de mando pode ser genetica... :-)